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A Evolução de uma Cultura

Estava assistindo uma Aula de Vida em Grupo e Cultura com os Professores Denis Zamignani e Roberto Banaco a qual eles discutiam como uma cultura se mantem e evolui.

Quando estava ouvindo a discussão comecei a pensar no papel que apenas um individuo tem ou pode ter na manutenção e mudança de uma cultura com valores estabelecidos e estáveis.

Pensando nessa questão, acabei lembrando de alguns exemplos. Principalmente de culturas instaveis mantidas a força como o caso de Cuba do ex ditador Fidel Castro, o Regime Talibã e a propria ditadura militar no Brasil.

Começo a estabelecer relações e começo a imaginar que todas essas culturas tem algo em comum, pois mesmo que um poder constituido lute para manter a estabilidade, um unico individuo pode desestabilizar e destruir uma cultura, modificando tudo em beneficio próprio ou de seu grupo apenas alterando contingências e cuidando que o entrelaçamento dessas mesmas contingências produzam a consequência esperada.

Hittler foi um grande exemplo de como um individuo pode introduzir um elemento em uma cultura ja estabelecida e mudar toda uma nação. Ele absorveu todo o descontentamento da nação. Principalmente pela derrota e humilhação pós guerra e com isso liderou milhões em uma luta comum e a sua luta continua até hoje em alguns grupos ditos Neo Nazistas.

Diretamente ou indiretamente os lideres de grupos e nações sabem que um unico individuo pode desestabilizar culturas e tomam cuidados para evitar isso. Me lembro de uma gravura que vi na epoca do colégio. Era uma fila de pessoas caminhando, todas com a cabeça baixa e seguindo a mesma direção. Em seguida uma das pessoas da fila pensa em voz alta ” Onde estamos indo ?”, no proximo quadrinho a pessoa desapareceu antes que os outros comecem a pensar e fazer perguntas tambem.

Ouvindo tudo que os professores estavam dizendo e todos os debates que a essa altura já estavam sendo desenvolvidos, comecei a imaginar que tipo de controle e que tipo de cultura estamos respondendo enquanto psicolólogos. Respondemos a uma forma de pensamento que preza a liberdade e autonomia dos clientes ou reproduzimos uma adaptação a uma cultura atual e estabelecida no Brasil de pais colonizado e consequêntemente treinado históricamente para obedecer ?

Enquanto Analistas do Comportamento sempre estamos fazendo análises sobre o ambiente, mas não paramos muito para pensar no nosso papel e qual é o efeito das nossas intervenções no ambiente.

É algo importante a qual não vejo muitas respostas, somos modelados para observar o que o ambiente causa nas pessoas, mas não somos treinados para perceber a nossa responsabilidade enquanto Analistas do Comportamento atuantes em um ambiente com suas regras impostas diretamente ou indiretamente.

A pergunta ” Que cultura estamos perpetuando” realmente me incomoda muito, pois enquanto psicólogo e individuo imerso em uma cultura definida por contingências que em muitos casos não tenho controle, começo a me preocupar e perceber que tem algo muito errado, somos manipulados e nos contentamos com pouco. É a politica do egoismo tipica do Capitalismo.

Enquanto Psicólogo e Analista do Comportamento, talvez um futuro professor de Psicologia e consequêntemente formador de opinião, fico me perguntando se não é hora de introduzir no ambiente novas contingências de Controle para a modificação de uma cultura que preza o consumir ( mesmo que seja necessario destruir ) para uma forma de cultura mais humana que preza os direitos humanos e liberdade alem de valorizar o potencial humano de fazer o bem? O problema é que começo a imaginar que existe um limite ético para a atuação do psicólogo. Fico dividido entre dois pensamentos concorrentes. Sera que tenho esse direito de arranjar novas contingências ou se na verdade é o meu dever enquanto profissional de qualidade de vida.

O fato é que essa cultura com suas coisas boas e ruins só está sobrevivendo por quê esta sendo alimentada e possui um equilibrio, mas toda cultura trás em si mesma a própria destruição, pois as contingências vão mudando e basta uma pessoa com uma ideia nova para mudar tudo para melhor ( ou pra muito pior ).

Considero a ultima questao como fundamental para a discussão de Ética Profissional.

Por : Marcelo C. Souza

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